Pai-Nosso
que estás no Céu reflete
a mais profunda base anímica da natureza humana. Justamente por isso, o Céu não
deve ser compreendido como um lugar físico ou espiritual inacessível, que só
possa ser alcançado após a morte, passagem ou transição. O Céu, referido na Oração
das Sete Súplicas, é um estado ou condição vibratória de
freqüências altíssimas, que pode (e deve) ser penetrado pelo homem em seu
próprio interior. Este Céu interno (Castelo Venturoso) é um estágio preparatório,
temporário e iluminante induzido na consciência extática do ser, que aspira a
uma harmonização com as Supremas Hierarquias Cósmicas e com a própria Divindade, que aspira,
enfim, a algo além do próprio Céu. É no coração, entretanto, que esta Transcendental
Alquimia deve ser
operada. É no coração que se situa a Sede de Brahman e, por isso, é o centro da consciência
espiritual, correspondendo, nesse sentido, à Tríade Superior. As glândulas pineal e
pituitária têm decisiva e definitiva influência no plexo cardíaco e,
conseqüentemente, no alcançamento da iluminação e da santidade. Todavia, sem
descurar de outras glândulas, são também importantes, por exemplo, a tireóide,
as supra-renais, as gônadas e o baço. O pão nosso de cada dia está muito mais relacionado com o bom
funcionamento e desempenho das glândulas endócrinas (verdadeiramente as guardiãs invisíveis do homem), do que com a provisão de
alimento para a subsistência do corpo físico em si. Agora, as referências
feitas ao coração, à tireóide etc., devem ser compreendidas em outra dimensão
que não a física, orgânica ou meramente corporal. De qualquer forma, como se
disse, é no coração que inicia e se processa a Transmutação
Alquímica Transcendentalmais sutil e elevada. A visualização e
a concentração sobre um ponto específico do corpo físico – por exemplo, a
glândula pineal – acarretará paulatinamente o desenvolvimento psíquico
(espiritual) deste chakra, pois a cada órgão,
glândula, músculo ou célula do corpo físico subjaz uma contraparte etérica em
permanente interfluxo (corpo
etérico). E isto pode (e deve) acontecer até o limite
transmutatório (do cordão) de prata em (cordão de) ouro, no transcurso da (ou
de uma) encarnação. Particularmente interessante é a diferença entre os números
atômicos do outro e da prata, que, sob o aspecto mais particular, recorda as Trinta
e Duas Sendas da Sabedoria. No primeiro capítulo doGênese, o nome ALHIM é mencionado trinta
e duas vezes! Numérica e aritmologicamente, BET (2) e LaMeD (30) também somam 32 (2 + 30). Dos aspirantes à Academia, é
preciso nunca esquecer, Platão exigia que começassem pelo estudo da matemática.
Por outro lado, é preciso se entender o sentido exato da frase: Eu
sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por Mim (Evangelho
de S. João, XIV, 6). O Caminho não é a Meta. Para o homem alcançar a
reintegração na Essência Única Suprema, antes deverá tornar-se um iniciado e
reconhecer o Pai. Mas para tal é necessário realizar misticamente a
recomendação contida na Primeira Epístola aos Coríntios,
XV, 36 e compreender que as realidades percebidas pelos sentidos ordinários são
formas transeuntes, impermanentes e ilusórias do Mundo da Concretização. O
homem deverá aprender a morrer e renascer semelhantemente ao ovo que morre e se
torna lagarta; esta também morre e se transforma em crisálida; e,
derradeiramente, por seu turno, da crisálida nasce a borboleta.
Metaforicamente, em cada ser há uma borboleta aprisionada... O Princípio
Impessoal, o Absoluto, o Primeiro Um, Aquilo, AIN SOPh ou o Parabrahaman dos vedantinos não pode ser
imediatamente compreendido pela mente mortal do homem, ainda que se admita que
tudo que é eterno, puro e incorruptível jaza oculto em todas as coisas, e, por
extensão e principalmente, no próprio homem. A Oração
do Pai-Nosso simbolicamente
representa o barco no qual o viajante deve navegar através do Rio,
para chegar ao Porto Seguro na eviternidade (?) de sua peregrinação
assintótica, que conduz às regiões da Atualidade Única e Perfeita. De qualquer
forma, acredita-se que a afirmação ninguém
vai ao Pai senão por Mim foi
uma inclusão (como muitas outras) autoritária, temporal e hipotética inserida
na Bíblia. O AMeN de Pisces jamais poderia ter dito esta
barbaridade. Não desta forma. Se disse! O PAI de cada ser está dentro – no CORAÇÃO – e não necessita de intermediários
para ser contatado. Cada ente é um com PAI. Em um sentido
mais esotérico, D’US HOMO EST.
Santificado
seja o Teu Nome, Venha a nós o Teu Reino e Seja feita a Tua Vontade constituem as três súplicas referentes
ao aspecto divino e imorredouro do homem, vale dizer, os três membros
superiores da humana natureza: Manas, Buddhi e Athma. Ao
passar ao plano terrestre é dito: Assim na Terra como no Céu. As últimas quatro súplicas
estão vinculadas à quaternidade inferior. Para o corpo
físico requesta-se: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Para o corpo
etérico roga-se: Perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós perdoamos aos nossos devedores. Para o corpo astral suplica-se: Não nos induzas em tentação. E para o eu implora-se: Livra-nos do mal. AUM. Em um certo sentido, explica-se
o porquê de, no passado, existirem sete etapas iniciáticas nos Mistérios de
Mitra. E sete são as letras evolutivas do Arqueômetro. E sete são também os Dhyân-Chohans (que
coletivamente formam o Logos manifestado), mais tarde teologicamente
batizados de Anjos da Presença (ou Arcanjos da Face). Mas TREZE
são UM! O Pai-Nosso é, portanto, uma oração que, mesmo que
incompreendida em seu significado científico-espiritual, é capaz de projetar o
suplicante em esferas ou oitavas cósmicas mais refinadas, mais sutis e
constituídas por freqüências vibratórias mais elevadas, de sorte que, filho e
Pai possam se aproximar e progressivamente se reintegrar. O Pai-Nosso,
em última instância, representa a expressão do homem composto de sete
membros.
Mas,
para que a Natureza possa ser integralmente renovada pelo Fogo, entre outros
conhecimentos, o homem deverá aproximar-se do Centro da Idéia e apreender as
correlações que existem entre os Instrumentos (Régua, Compasso, Esquadro, Nível
e Malhete), entre as Figuras Geométricas (Triângulo, Quadrado, Estrela
de Cinco Pontas e
Cubo) e entre os Números (27,
125, 343, 729, 1331). E também decifrar o mistério das letras IOD, HE, VAV, HE.
Rodolfo Domenico Pizzinga - Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF,
1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração
Escolar. Presidente do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do
CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica e
Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.
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